Vanessa Alves, como a personagem principal e então com dezenove anos, estava no auge do talento e da beleza. Ela dá um brilho especial ao filme. Esse foi o segundo filme da atriz, contratada por Galante e tendo estrelado anteriormente somente “A Filha de Emmanuelle” de Oswaldo “Carcaça” Oliveira. Ela seria depois reconhecida pela crítica, chegando a receber o Kikito de melhor atriz coadjuvante no Festival de Gramado por “Anjos do Arrabalde” de Carlos Reichenbach. Vanessa também se tornaria a “atriz fetiche” de Carlão.
A história é uma das mais comuns do “Brasil mundo cão”, Ratinho e etc: menina rica, bonita e muito desejável (Vanessa Alves, perfeita como sempre), sonha que está sendo estuprada a todo momento. Muitas vezes, ela imagina essa série de situações com seu motorista e modormo (interpretado pelo fantástico Zózimo Bulbul). Com as dificuldades de relacionamento amoroso, a menina acaba procurando um psicólogo (Rubens Pignatari, antológico). O psicólogo acaba a confundindo ainda mais, tentando levá-la a maus caminhos.
Porém, ela acaba se libertando de conseguindo ser normal, como todo mundo. Uma fita sem maiores preocupações e sem grande preocupação autoral. Conrado não tentou inovar grande coisa no filme. Somente realizou um trabalho correto de artesão, capaz de fazer o espectador simples de 1982 ver o filme.
E nisso teve grande sucesso: o público foi tamanho que conseguiu uma espécie de continuação com o mesmo enfoque (o seguinte “A Menina e O Cavalo”) e possibilitou o produtor Galante comprar mais uma fazenda de gado.